Principais conclusões do evento Sustainability and FI’s

  • Banca e seguros são setores-chave para apoiar empresas nas metas de sustentabilidade até 2050

 

Lisboa, 23 de maio de 2024 – A adoção das melhores práticas de sustentabilidade e a implementação de planos de ação para cumprir as metas definidas pelas entidades reguladoras estão no “radar” das empresas nacionais, mas reconhecem que se trata de um caminho longo, que importa iniciar e aumentar progressivamente o seu ritmo de implementação. Neste enquadramento, os setores da banca e seguros têm um papel central no apoio, aconselhamento e suporte às organizações na resposta aos desafios da sustentabilidade.

Esta é uma das principais conclusões conhecidas na conferência “Sustainability and FI’s: Challenges and Opportunities”, um evento promovido pelo Grupo Marsh McLennan, que reuniu em Lisboa especialistas nacionais e internacionais e líderes empresariais para debater o panorama e as tendências no domínio da sustentabilidade.

O debate sobre o panorama da sustentabilidade na economia nacional teve como ponto de partida um enquadramento global das tendências, com foco na realidade europeia, trazido por James Davies, Co-Head Climate Sustainability, Europe and Partner Financial Services da Oliver Wyman, e por Amy Barnes, Head of Climate & Sustainability Strategy da Marsh.

As tendências emergentes, o cenário regulatório e as considerações que as instituições financeiras assumem ao nível de ESG na tomada de decisões de investimento constituem um ponto central na estratégia das empresas para integrar a sustentabilidade nas suas organizações. Entre as tendências de ESG para instituições financeiras, destacam-se as seguintes realidades:

  • Pilar “E” (Ambiente): Transição de baixo carbono; Adaptação e resiliência ao clima; Biodiversidade; Água
  • Pilar “S” (Social) - Força de trabalho e diversidade; Gestão de segurança; Engagement com o cliente; Comunidades
  • Pilar “G” (Governação) - Governação corporativa; Código de ética; Compliance; Remuneração de executivos

A transição para uma economia de baixo carbono motiva um aumento significativo de investimento em tecnologias, ao mesmo tempo que gera oportunidades de negócio. De acordo com os dados disponíveis, prevê-se que até 2050 a eletricidade represente quase 70% do fornecimento total de energia, acompanhada de uma melhoria da rede elétrica e investimento em baterias e na eficiência da rede de distribuição, produção em escala de hidrogénio e biocombustíveis, assim como investimentos na modernização de fábricas e na substituição de frotas de veículos. Em suma, terá de haver um aumento muito significativo, num rácio 4:1, da proporção de investimento necessário até 2030 no fornecimento de energia limpa face aos combustíveis fósseis para atingir a neutralidade carbónica até 2050.

Apesar deste quadro, a realidade demonstra que muitas empresas, em particular por parte de utilities de eletricidade, empresas de petróleo e gás e fabricantes de transportes, apontam o acesso ao financiamento como um dos principais pontos-chave nesta transição energética. Por outro lado, a análise feita indica que a maioria dos bancos e gestoras de ativos tem vindo a definir metas para redução das emissões financiadas, que refletem, em grande parte, as metas de redução de emissões dos seus clientes. O cumprimento das metas estabelecidas pelos bancos implica uma redução de 20 a 25% das emissões totais da Europa. O panorama demonstra que a maioria das empresas de serviços financeiros avalia o financiamento a empresas tendo por base o alinhamento com o limite de 1,5ºC de aquecimento global, mas as políticas de exclusão dos bancos estão limitadas ao carvão e às partes mais sensíveis do ponto de vista ambiental do petróleo e gás e da mineração.

Na perspetiva da gestão de risco, os especialistas internacionais da Marsh McLennan salientam a importância de compreender os riscos, ponderar o retorno de investimento das intervenções necessárias numa perspetiva de adaptação, e não apenas de mitigação, e a disponibilidade de seguro para proteger pessoas, bens, serviços, recursos e infraestruturas perante a ocorrência de eventos físicos relacionados com o clima e alterações climáticas e os danos e perdas potencialmente causados. Temas como restrições da cobertura de seguros, a recompensa aos clientes por “bons” resultados ambientais, a parametrização de dados a fornecer no reporte do desempenho ambiental e a possibilidade de existência de riscos não segurados são temas que devem merecer reflexão atenta dos líderes empresariais na definição das suas opções estratégicas e na implementação prática da sua operação de negócio.

A conferência “Sustainability and FI’s: Challenges and Opportunities” contou com duas mesas-redondas, focadas nos setores da banca e seguros, nas quais líderes empresariais partilharam o percurso que as suas organizações têm vindo a trilhar na adoção de políticas de ESG, oportunidades e desafios na sua implementação e uma visão pessoal sobre o calendário e exigências decorrentes deste plano de ação. Bem como, a participação de Rui Pinto, Administrador, do Banco de Portugal e no encerramento contou com uma reflexão global de Paulo Portas sobre o tema da sustentabiliade.

A mesa-redonda dedicada aos seguros contou com a participação de Paula Guerra, Administradora da EDP Global Solutions, João Barata, Administrador da Generali, e Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, com moderação de Rodrigo Simões de Almeida, CEO da Marsh McLennan Portugal. A mesa-redonda dedicada ao setor da banca contou com a participação de Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação Santander, Pedro Leitão, CEO do Banco Montepio, e Ricardo Pires, CEO da Semapa, com moderação de Rodrigo Pinto Ribeiro, Senior Partner da Oliver Wyman.

Rodrigo Simões de Almeida, CEO da Marsh McLennan Portugal, traça um balanço positivo do evento. “Este primeiro evento Marsh McLennan que fizemos em Portugal, que reuniu especialistas da Marsh, Mercer, Oliver Wyman e Guy Carpenter a um leque de convidados de alto nível, constituiu um debate muito interessante e com valor sobre um tema incontornável para todas as organizações e para a nossa economia. Já não basta dizer que a sustentabilidade é uma prioridade; é mesmo essencial passar de ambições para ações concretas em todos os pilares (Ambiental, Social, e Governo), para uma estratégia devidamente alicerçada e que contemple riscos, oportunidades e desafios de diferente natureza. As instituições financeiras têm um papel central nesta temática e acredito que esta sessão contribuiu para deixar claro que o caminho para sustentabilidade passa por um espírito colaborativo entre organizações e especialistas na área da banca e seguros”.

Rodrigo Pinto Ribeiro, Senior Partner da Oliver Wyman, salienta a relevância deste evento para avançar de uma forma sustentada no domínio do ESG. “Vemos este tipo de encontro como uma plataforma de diálogo para explorarmos, juntamente com os nossos clientes e parceiros, soluções sustentáveis e inovadoras. Na Oliver Wyman contribuímos com a nossa experiência e conhecimento na área com análises especializadas e especialistas internacionais, complementando as diferentes perspetivas e a visão atual sobre um tema tão crucial como a sustentabilidade e sua aplicação nos nossos clientes”.


Sobre a Marsh McLennan

A Marsh McLennan (NYSE: MMC) é a empresa líder mundial em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e pessoas. Os mais de 85.000 colegas da empresa assessoram clientes em mais de 130 países. Com uma receita anual de US$ 23 mil milhões, a Marsh McLennan ajuda os seus clientes a navegar num ambiente cada vez mais dinâmico e complexo através de quatro negócios líderes de mercado. A Marsh oferece serviços de consultoria de risco baseados em dados e soluções de seguros para clientes comerciais e consumidores. A Guy Carpenter desenvolve estratégias avançadas de risco, resseguro e capital que ajudam os clientes a crescer de forma lucrativa e a encontrar oportunidades emergentes. A Mercer oferece consultoria e soluções tecnológicas que ajudam as organizações a redefinir o mundo do trabalho, remodelar a reforma e os resultados de investimentos, além de proporcionar saúde e bem-estar para uma força de trabalho em transformação. A Oliver Wyman atua como consultora estratégica, económica e de marca para clientes do setor privado e governamental. Para mais informações, visite o site marshmclennan.com e siga-nos no LinkedIn e no X.

 

Sobre a Oliver Wyman

A Oliver Wyman é líder mundial em consultoria de gestão. Com escritórios em mais de 70 cidades em 30 países, a Oliver Wyman combina um profundo conhecimento do sector com experiência especializada em estratégia, operações, gestão de risco e transformação organizacional. A empresa tem 7.000 profissionais em todo o mundo que trabalham com os clientes para otimizar os seus negócios, melhorar as suas operações e perfil de risco, e acelerar o seu desempenho organizacional para aproveitar as oportunidades mais atractivas. Oliver Wyman é uma empresa da Marsh McLennan [NYSE: MMC]. Para mais informações, visite www.oliverwyman.com. Siga a Oliver Wyman no X @OliverWyman.